
Papa a diáconos: encontrar e acariciar a carne do
Senhor nos pobres de hoje
Missa na Praça São Pedro no Jubileu dos diáconos - AP
29/05/2016 12:02
PARTILHA:
Cidade
do Vaticano (RV) - “Disponíveis na vida, mansos de coração e em diálogo
constante com Jesus, não tereis medo de ser servos de Cristo, de encontrar e
acariciar a carne do Senhor nos pobres de hoje.”
Com
essas palavras, na missa este domingo na Praça São Pedro, celebrando o Jubileu
dos diáconos permanentes, o Papa Francisco os exortou no exercício de seu
“ministério do serviço” na Igreja.
Provenientes
de todas as partes do mundo, eles vieram a Roma nestes dias para o seu Jubileu,
o “Jubileu dos diáconos permanentes” deste Ano Santo, e este domingo
participaram da missa presidida pelo Pontífice.
Apóstolo
e servo são como as duas faces duma mesma medalha
Partindo
do Evangelho dominical, Francisco havia iniciado a homilia destacando a
inseparabilidade dos termos “apóstolo” e “servo”:
“Os
dois termos, apóstolo e servo, andam juntos, e jamais podem ser separados; são
como que as duas faces duma mesma medalha: quem anuncia Jesus é chamado a
servir, e quem serve anuncia Jesus”, frisou o Papa.
Francisco
observou que o primeiro a nos mostrar isto mesmo foi o Senhor: “não veio para
ser servido, mas para servir” (Lc 4,18).
O
discípulo deve imitar Jesus
E
como Ele fez, assim são chamados a fazer os seus anunciadores. O discípulo de
Jesus não pode seguir um caminho diferente do Mestre, mas, se quer levar o seu
anúncio, deve imitá-Lo, como fez Paulo: almejar tornar-se servo, prosseguiu o
Santo Padre, acrescentando:
“Por
outras palavras, se evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo,
servir é o estilo segundo o qual viver a missão, o único modo de ser discípulo
de Jesus. É sua testemunha quem faz como Ele: quem serve os irmãos e as irmãs,
sem se cansar de Cristo humilde, sem se cansar da vida cristã que é vida de
serviço.”
Após
perguntar por onde começar para nos tornarmos “servos bons e fiéis”,
Francisco indicou, como primeiro passo, que somos convidados a viver nadisponibilidade.
Diariamente,
frisou, “o servo aprende a desprender-se da tendência a dispor de tudo para si
e de dispor de si mesmo como quer. Treina-se, cada manhã, a dar a vida,
pensando que o dia não será dele, mas deverá ser vivido como um dom de si”.
Quem
serve não guarda o tempo para si
Quem
serve, observou, “não é um guardião cioso do seu tempo, antes renuncia a ser
senhor do seu próprio dia. Sabe que o tempo que vive não lhe pertence, mas é um
dom que recebe de Deus a fim de, por sua vez, o oferecer: só assim produzirá
verdadeiramente fruto”.
Reiterando
a natureza do serviço cristão que deve caracterizar o ministério do diaconato,
o Papa disse ainda:
“Quem
serve não é escravo de quanto estabelece a agenda, mas, dócil de coração, está
disponível para o não-programado: pronto para o irmão e aberto ao imprevisto,
que nunca falta sendo muitas vezes a surpresa diária de Deus.” O
servidor “está aberto à surpresa, às surpresas diárias de Deus”, acrescentou.
Quem serve não tem hora para abrir a
porta
“O
servo sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu
redor e também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo
que lhe agrada ou o merecido repouso.”
A
este ponto de sua reflexão sobre a disponibilidade no serviço, Francisco fez
uma observação pastoral muito pertinente à vida da Igreja no dia a dia:
“O
servidor não dá importância aos horários. Fico com o coração doído quando vejo
horário – nas paróquias – de tal hora a tal hora. E depois desse horário? Não
tem porta aberta, não tem sacerdote, não tem diácono, não tem leigo que receba
as pessoas... Isso faz mal. É preciso não dar importância aos horários: ter
essa coragem de deixar os horários de lado.”
Assim,
queridos diáconos, “vivendo na disponibilidade, o vosso serviço será livre de
qualquer interesse próprio e evangelicamente fecundo”, completou o Pontífice.
Antes
de concluir sua reflexão, o Papa chamou a atenção dos diáconos, afirmando que “a
mansidão é uma das virtudes dos diáconos”. E aí fez uma ulterior
observação: “Quando o diácono é manso, é servidor e não se presta a fazer as vezes
dos padres, imitando-os, não, não,...é manso.”
Francisco
lembrou que o estilo de Deus é “manso e humilde de coração”.
Jamais
gritar com os outros
“Manso
e humilde são também os traços do serviço cristão, que é imitar Deus servindo
os outros: acolhendo-os com amor paciente, sem nos cansarmos de os compreender,
fazendo com que se sintam bem-vindos a casa, à comunidade eclesial, onde o
maior não é quem manda, mas quem serve (Lc 22, 26).” E
jamais gritar com os outros: jamais, acrescentou. “Assim na mansidão, queridos
diáconos, amadurecerá a vossa vocação de ministros da caridade”, ressaltou.
Ao
término da celebração, o Papa rezou a oração dominical do Angelus.
Antes, agradeceu a todos os diáconos presentes, oriundos de toda a Itália e de
vários países.
QUATRO DICAS DO PAPA PARA QUEM QUER SERVIR A DEUS DE VERDADE
Quer
servir a Deus de verdade? Confira as dicas do Papa Francisco que farão com que
o seu apostolado dê frutos
Os
diáconos permanentes celebraram seu jubileu com o Papa Francisco domingo (29)
no Vaticano. Durante a homilia na Missa, o Papa destacou características de um
bom servo de Deus, que devem ser buscadas não somente pelos diáconos, mas por
todos os cristãos. Ele as coloca como condição para que o serviço seja livre de
qualquer interesse próprio e verdadeiramente fecundo.
“Se
evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo, servir é o estilo
segundo o qual viver a missão, o único modo de ser discípulo de Jesus. É sua
testemunha quem faz como Ele: quem serve os irmãos e as irmãs, sem se cansar de
Cristo humilde, sem se cansar da vida cristã que é vida de serviço”, afirmou
Francisco.
Pedimos,
então, licença ao Santo Padre para estender suas dicas a todas as pessoas de
boa vontade, atentas a suas palavras e ações, que tem revelado o rosto
misericordioso do Pai do céu.
1 – VIVER NA DISPONIBILIDADE
Esse é o
primeiro passo para alguém se tornar um servo bom e fiel. Segundo o pontífice,
todos dos dias, “o servo aprende a desprender-se da tendência a dispor de tudo
para si e de dispor de si mesmo como quer. Treina-se, cada manhã, a dar a vida,
pensando que o dia não será dele, mas deverá ser vivido como um dom de si”.
2 – NÃO QUERER SER O SENHOR DO SEU TEMPO
Quem
serve, “não é um guardião cioso do seu tempo, antes renuncia a ser senhor do
seu próprio dia. Sabe que o tempo que vive não lhe pertence, mas é um dom que
recebe de Deus a fim de, por sua vez, o oferecer: só assim produzirá
verdadeiramente fruto”, disse. Para o Papa, o bom servo não deve ser escravo da
agenda, mas, dócil de coração, estar disponível para o não-programado: “pronto
para o irmão e aberto ao imprevisto, que nunca falta sendo muitas vezes a
surpresa diária de Deus”.
3 – NÃO TER HORA PARA ABRIR A PORTA
“O servo
sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu redor e
também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo que lhe
agrada ou o merecido repouso”, disse.
Francisco
fez ainda uma observação pastoral muito pertinente à vida da Igreja no dia a
dia:
“O
servidor não dá importância aos horários. Fico com o coração doído quando vejo
horário – nas paróquias – de tal hora a tal hora. E depois desse horário? Não
tem porta aberta, não tem sacerdote, não tem diácono, não tem leigo que receba
as pessoas… Isso faz mal. É preciso não dar importância aos horários: ter essa
coragem de deixar os horários de lado”.
4 – JAMAIS GRITAR COM OS OUTROS
“Manso e
humilde são também os traços do serviço cristão, que é imitar Deus servindo os
outros: acolhendo-os com amor paciente, sem nos cansarmos de os compreender,
fazendo com que se sintam bem-vindos a casa, à comunidade eclesial, onde o
maior não é quem manda, mas quem serve (Lc 22, 26).” E jamais gritar com os
outros: jamais, acrescentou. “Assim na mansidão, queridos diáconos, amadurecerá
a vossa vocação de ministros da caridade”, ressaltou.
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