ADVENTO/2015
A palavra “advento” tem origem latina
e significa “chegada”, “aproximação”, “vinda”. No Ano Litúrgico, o Advento é um
tempo de preparação para a segunda maior festa cristã: o Natal do Senhor. Neste
tempo, celebramos duas verdades de nossa fé: a primeira vinda (o nascimento de
Jesus em Belém) e a segunda vinda de Jesus (a Parusia). Assim, a Igreja
comemora a vinda do Filho de Deus entre os homens (aspecto histórico) e vive aalegre expectativa da segunda vinda
d’Ele, em poder e glória, em dia e hora desconhecidos (aspecto escatológico).
COMO SE ESTRUTURA O TEMPO DO ADVENTO
O tempo do Advento não tem um número
fixo de dias e depende sempre da solenidade do Natal. Ele começa na tarde (1ª
Vésperas) do primeiro domingo após a Solenidade de Cristo Rei e se desenvolve
até o momento anterior à tarde (1ª
Vésperas) do Natal. Ele possui quatro
semanas e, por isso, quatro domingos
celebrativos. O terceiro domingo do Advento é chamado de domingo da alegria (gaudete,
em latim) por causa da antífona de entrada da missa (Alegrai-vos sempre no
Senhor), mostrando a alegria da proximidade da celebração do Natal.
O tempo do Advento
se divide em duas partes. A primeira, que vai até o dia 16 de dezembro, é
marcada pela espera alegre da segunda vinda de Jesus. A segunda, os dias que
antecedem o Natal, se destaca pela recordação sobre o nascimento de Jesus em
Belém.
AS FIGURAS BÍBLICAS PRINCIPAIS DO ADVENTO
Dois personagens bíblicos ganham
destaque na celebração do Advento: Maria e João Batista. Ela porque foi
escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, e ele porque foi vocacionado a
ser o precursor do Messias. Ela se torna modelo do coração que sabe acolher a
Palavra e gerar Jesus. Ele se torna modelo de uma vida que sabe esperar nas
promessas de Deus e agir anunciando e preparando a chegada da salvação. Em
ambos se manifesta a realização da esperança messiânica judaica e o anúncio da
plenitude dos tempos.
“ATENTOS E VIGILANTES”
A espiritualidade do Advento é
marcada por algumas atitudes básicas: a preparação para receber o Cristo; a
oração e a vivência da esperança cristã. A preparação para receber o Senhor se
dá na vivência da conversão e da ascese. Precisamos ter um olhar atento sobre
nós e a realidade que nos cerca e nos empenharmos para correspondermos com a
ação do Espírito de Deus que quer restaurar todas as coisas. O nosso
relacionamento com o nosso corpo e os nossos afetos, com nossos familiares e
pessoas íntimas, nossa participação na vida eclesial e social devem estar no
foco de nossa atenção. A preparação para celebrar o Natal demanda uma confissão
sacramental bem feita e um propósito firme de renovação interior.
“ORAI A TODO MOMENTO”
Este tempo é marcado por uma vivência
mais profunda da vida de oração. A leitura orante deste período nos coloca em
contato com as profecias de salvação do Antigo Testamento, com a expectativa
que os cristãos da Igreja primitiva tinham da Parusia e com os eventos
principais que antecederam o nascimento de Jesus. A recordação dos eventos que
antecederam a primeira vinda de Cristo se torna a base da preparação da Igreja
para o novo Advento do Senhor. A Santa Missa e a Liturgia das Horas são os
principais momentos celebrativos. Os exercícios de piedade, como a oração e a
meditação dos mistérios gozosos do Rosário, a oração do AngelusDomini e a
Novena de Natal podem ser um caminho feliz para a vivência da oração
comunitária neste tempo.
“PARA FICARDES EM PÉ DIANTE DO FILHO DO
HOMEM”
Cada um de nós, apesar do pecado e do
mal que nos cerca, deve desejar sempre mais a felicidade, aceitando que, em última
análise, ela é o Reino dos Céus, a vivência em comunhão plena e eterna com
Deus. Para isto é necessário vivermos dirigindo nossa vida para esta meta,
colocando nossas forças no socorro da graça do Espírito Santo. Deus já nos
criou desejando a felicidade. Contudo, por causa do pecado, vamos procurando
nas criaturas aquela completude que só pode ser vivida na comunhão com o
Criador. O Advento nos propõe entendermos todas as coisas na sua relação com
Deus e usarmos elas como meios de estarmos com Ele, colocando nossa esperança
nas realidades que não passam.
Para saber mais sobre o assunto,
indicamos CIC, nos 1168 até 1171; no Compêndio do Catecismo, perguntas de 241 e
242; no Youcat, perguntas de 184 até 186; e, SacrosanctumConcilium, parágrafos
102 e 105.
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